A professora de filosofia Lúcia Helena Galvão, integrante da organização Nova Acrópole no Brasil, nos ensina sobre como aplicar a filosofia para sermos melhores familiares nos nossos múltiplos papéis — seja como pais, filhos, irmãos, esposos, etc.
Em primeiro lugar, precisamos cultivar a paciência. O ambiente familiar, por natureza, exige não só paciência, mas também autocontrole e a disposição de sair de nossas convicções fechadas para ouvir e compreender o processo do outro.
A convivência se apoia fundamentalmente na paciência, especialmente no campo familiar. Muitas vezes, tendemos a relaxar demais em nossas relações mais próximas, permitindo que nossos instintos e compulsões nos revisitem, quando deveríamos manter essas reações sob controle.
A intimidade não nos dá o direito de descarregar nossas frustrações nas pessoas que amamos; pelo contrário, esse comportamento pode gerar arrependimentos profundos.
Só percebemos o erro desse conceito quando já é tarde, quando perdemos essas pessoas e nos damos conta de quanto mal fizemos a quem tanto amávamos. Por isso, precisamos praticar paciência e autocontrole.
A vida interior depende de nós; as circunstâncias externas, não. Tentar controlar o que é externo gera frustração, ansiedade e nos torna mais propensos a criticar. É essencial cultivar a calma e reconhecer que o controle das situações externas está fora do nosso alcance.
Em vez disso, devemos aprender a apreciá-las, aprender com elas e lidar com as pessoas e circunstâncias a partir do ponto de vista delas.
Se insistirmos em controlar aquilo que não podemos, perpetuaremos um ciclo de confronto que não leva ao crescimento, apenas às dores e feridas — tanto em nós mesmos quanto nos outros. A convivência deve ser um campo de aprendizado e crescimento mútuo.
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